domingo, 29 de junho de 2008

Eu quero outra ideologia

Não dá para acreditar naquelas - hj bobagens, que acreditava nos meus tempos de universidade... que a educação poderia transformar o mundo. Isso é mentira!
Ah, companheiro Bertold Brecht, você me iludiu dizendo que nada deveria parecer impossível de mudar. Pra começar quem disse que o mundo quer mudar? As pessoas não querem mudar.
O que é justo? Dignidade? Sabe que diante de algumas situações fico sem saber.
Estou exausta de querer fazer o que acho certo e ser coagida a mudar minhas verdades.
Companheiros, respondam-me, vocês teriam coragem de levar sua mãe para fazer uma consulta à um médico que foi formado de modo relaxado, tipo aquele acadêmico que ia pra todas as baladas, perdia aula, decorava alguns nomes e contando com a sorte acertava o X e como a sorte nem sempre está a disposição, quando reprovava contava com a benovolência do professor. Acredito que vocês responderiam não, afinal é a saúde de sua mãezinha.
E o que vocês respondem daquele acadêmico de uma licenciatura que tem semelhante comportamento e também conta com as benesses do sistema fabril de distribuição de diplomas? Vocês podem dizer são casos diferentes, um lida com vidas e o outro.... será um professor... adestrador... aprende depois, ensinar é apenas decorar datas-fatos, normas gramaticais, fórmulas etc e tal.
E se esse ex-acadêmico se tornar o professor do seu filho? Hum, agora as coisas mudam né... Imagine o tipo de (de)formação ele vai oferecer.
Como pensar num Brasil, país do futuro, se na nossa prática cotidiana nos deparamos com tais situações que são naturalizadas.
Eu, assim como Brecht, acreditava que mudar era possível. Agora fazer o que diante dos argumentos de relativização, de meio-termo e outros posicionamentos desse sistema fabril. Olho ao meu redor, tenho o leite das crianças, o mastercard pra pagar.... enfim o Velho Barbudo tinha razão, fomos expropriados e transformados em mercadorias.
Nesse momento, entre a poesia de Brecht e as premissas de Marx, fico com as reflexões do menino-mimado burguês -Cazuza e o que me resta é pagar a conta do analista prá nunca mais Ter que saber quem eu sou(uma professora universiotária).

Meu partido
É um coração partido
E as ilusõesEstão todas perdidas
Os meus sonhos
Foram todos vendidos
Tão barato
Que eu nem acredito
Ah! eu nem acredito...
Que aquele garoto
Que ia mudar o mundo
Mudar o mundo
Frequenta agora
As festas do "Grand Monde"...
Meus heróis
Morreram de overdose
Meus inimigos
Estão no poder
Ideologia!
Eu quero uma prá viver
Ideologia!
Eu quero uma prá viver...

Um comentário:

Unknown disse...

'ideologia, eu quero uma pra vender...'

beijos!